Acre
Acre é o quinto estado com maior número de golpes em compras online, aponta estudo
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As fraudes contra consumidores do Acre que utilizam a internet para fazer compras, o e-commerce, cresceram, segundo dados do Mapa da Fraude, divulgado pela ClearSale esta semana.
De acordo com o estudo, no ano de 2018, a cada R$ 100 gastos em compras online, R$ 5,68 foi por algum tipo de tentativa de fraude, o que coloca o estado como o quinto mais atacado por fraudadores.
O levantamento aponta ainda que os segmentos que mais sofreram tentativas de fraudes no ano passado foram compras de celulares, games, bebidas, eletrônico e informática.
Em comparação a 2017, os produtos são os mesmos, a diferença é que no ano anterior as tentativas de fraudes cresceram. No setor de celulares, 4,66 % e no setor de eletrônicos, 4,29 %.
Dados nacionais
A média do Brasil é de R$ 3,53 a cada R$ 100 em compras, o que representa um aumento de quase 9% em relação ao ano anterior.
De acordo com o estudo, não só o Acre teve esse aumento, mas a região Norte foi a mais atacada, e a cada R$ 100 em compras no e-commerce, R$ 5,43 foram tentativas de fraude. O percentual é 54% maior que a média nacional.
Denúncia de golpes
Jeferson Arruda fez BO após ter conta em site de vendas clonada — Foto: Arquivo pessoal
O motorista de aplicativo Jeferson Arruda, de 45 anos, procurou a polícia, no final do mês de maio, para denunciar clonagem em perfil que criou em uma página de vendas. A tentativa de golpe foi registrada em, pelo menos, cinco cidades e oferecia carros a baixo custo.
Arruda criou o perfil para vender um carro e começou a receber notificações de negociação, sendo que ainda não tinha recebido nenhuma proposta sobre o veículo anunciado.
“Fiz um anúncio em uma sexta-feira para vender meu carro, quando foi na segunda começou a chegar mensagem dizendo que o perfil já estava sendo anunciado. Tentava ver qual era e não conseguia, só depois descobri que estavam com todos os meus dados fora do estado”, contou.
Na mesma época, a Polícia Civil do Acre alertou sobre outros golpesque ocorrem também em sites de vendas, quando uma série de fraudes na vendas de veículos e outros itens praticados através de sites e aplicativos.
Segundo o delegado Fabrizzio Sobreira, titular da Delegacia da 4ª Regional da Polícia Civil, em entrevista sobre os golpes, em uma semana, 15 pessoas caíram no golpe no estado e prestaram queixa.
O delegado explicou que o golpe acontece quando os estelionatários pegam as fotos de anúncios de vendas e replicam a postagem por um valor mais baixo no mesmo site e quando alguém se interessa e entra em contato, eles alegam que estão vendendo.
O estelionatário pede para que a pessoa não comente nada, e que minta a respeito da situação, porque se falarem a verdade o preço do veículo aumentará. A vítima acaba depositando o dinheiro na conta que o estelionatário indica, que geralmente é de fora do estado.
Mototaxista perde R$ 50 mil
Antônio Silva foi vítima de um golpe ao tentar comprar trator por aplicativo de vendas — Foto: Isnaele Oliveira/Arquivo pessoal
O mototaxista Antônio da Silva, de 49 anos, é uma das vítimas do estelionato. Ele viu o sonho de montar o próprio negócio acabar ao cair em um golpe. Tudo começou quando ele viu um trator de R$ 50 mil em um aplicativo de compra e venda.
O veículo estava em Brasileia, no interior do Acre, e a vítima em Sena Madureira. O anúncio era verdadeiro, mas, mal sabia Silva que um estelionatário havia pegado informações no aplicativo para se passar por um sócio do dono da máquina e aplicar golpes.
Ele contou que um genro chegou a ver a máquina em Brasileia e conversou com o verdadeiro dono do trator. Mas, toda a negociação foi feita através do telefone. Para o dono do veículo, o criminoso dizia que iria comprar a máquina para pegar uma dívida. Já para o mototaxista, ele dizia ser o intermediário do negócio.
Silva acabou depositando o dinheiro na conta que o estelionatário passou pelo telefone e só percebeu que havia caído em um golpe quando o caminhão para buscar o trator chegou ao local e o verdadeiro dono do veículo afirmou que não havia recebido o dinheiro.